Observar o banzeiro às margens do rio Madeira é uma atividade relaxante para muitos portovelhenses que buscam por pontos estratégicos para apreciar o pôr do sol. Mas você sabe como é o cotidiano ribeirinho? Esse foi o ponto de partida do grupo D´Palma para realização do espetáculo “Reconstruindo a Identidade Ribeirinha”. Na apresentação o grupo mostra através da dança o resgate das tradições e hábitos dos moradores que circundam os rios. Atividades como a reunião de mulheres para lavar roupas nos igarapés, a pesca e as festas folclóricas que ocorrem em comunidades da região norte foram coreografadas e aprovadas pelo público.

O espetáculo ganhou o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna de Dança 2013, o que possibilitou a primeira apresentação no final de 2014. A mais recente apresentação no VI Mova-se Festival de Dança, realizado em Porto Velho de 7 a 9 de agosto, mostra a renovação da maioria do elenco. Em cena oito bailarinos emocionam o público ao utilizar o corpo para mostrar a interação com a natureza e a vivência dos ribeirinhos.

Comunidades como Nazaré e São Carlos foram objetos de estudo durante a pesquisa de campo do grupo para montagem do espetáculo. A trilha sonora é toda feita por compositores do norte com músicas como “Saga Beradeira”, do Grupo Raízes, “Lavadeiras” de Bado e ainda Zezinho Maranhão. Bacias e o vestuário característico reforçam esse resgate às raízes do ribeirinho.

A criação do grupo de dança D´Palma é uma verdadeira história de amor a dança. O grupo surgiu em 2011 com o objetivo de manter viva a memória do maître de ballet Adair de Castro Palma, falecido em 2010 após anos de dedicação a Escola Municipal de Ballet. Precursor da dança em Rondônia, Adair de Palma fortaleceu e incentivou o segmento. A iniciativa é de ex-alunos do maître que fazem questão de ressaltar a importância do mestre na cultura rondoniense.

É a nossa cultura em destaque também na dança.